A plataforma X (antes conhecida como Twitter) ficou suspensa em território brasileiro entre os dias 31/08/2024 até 08/10/2024 após acatar as decisões do ministro Alexandre de Moraes.
Apesar do sentimento de alegria da parte dos internautas brasileiros que não se adaptaram ao uso do Bluesky e Threads — plataformas semelhantes ao X —, as marcas ainda estão cautelosas em relação à rede.
O impacto da suspensão do X
Antes de ser retirado do ar, a rede social acumulava 21,5 milhões de usuários no Brasil, que escreviam suas opiniões sobre qualquer assunto e interagiam com as marcas.
A plataforma era utilizada para coleta de dados e insights por meio das hashtags e termos mais comentados, que ganhavam destaque no Trending Topics — dessa maneira, pode-se dizer que era um termômetro social um pouco parecido com o Google Trends.
Outro destaque do X era o fato dos assuntos mais comentados acabavam reverberando para outras redes sociais de forma rápida.
Quando ocorreu a suspensão da plataforma, o monitoramento que as marcas e agências de comunicação faziam ficou comprometido. Assim como o público se dividiu entre BlueSky e Threads, as marcas que quiseram continuar com o monitoramento de dados tiveram que seguir o movimento.
Uma enquete conduzida pela empresa Mundo do Marketing teve os seguintes resultados:
- 60% afirmaram que a suspensão do X não trouxe impacto estratégico;
- 40% sentem que as estratégias de marketing foram enfraquecidas;
- 16% afirmaram que tiveram grandes prejuízos;
- 12% sentiram pouco impacto da suspensão na rotina de trabalho;
- 11% sentiram efeitos moderados no trabalho.
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O retorno do X e cenário instável
Internautas e marcas comemoraram o desbloqueio da rede. Porém, o cenário ainda é instável, tanto pelo fato da administração da plataforma se recusar a seguir as determinações judiciais anteriores, quanto pelas novas políticas e implementações polêmicas.
No dia 16/10/2024, poucos dias após seu retorno, o X anunciou que as contas bloqueadas por perfis públicos poderão visualizar as publicações de quem os bloqueou. Porém, não será possível interagir com os posts.
Os usuários não aprovaram a decisão da plataforma, alegando que o recurso de bloqueio agora é inútil. Além disso, a medida poderia trazer consequências relacionadas à segurança do público, abrindo brecha para que stalkers e abusadores acompanhem suas vítimas.
A decisão também provocou uma onda de novos usuários no BlueSky. Até o momento da escrita deste artigo, a rede social anunciou que ganhou meio milhão de novos usuários do mundo todo em um dia.
O que esperar no futuro próximo?
Caso o X não leve em consideração a reclamação dos usuários quanto à nova política de contas bloqueadas, é provável que mais pessoas parem de utilizar a rede — e, consequentemente, mais marcas.
No momento, as marcas devem se adaptar à rede e ao público que ainda continua utilizando-a. Mas, caso a plataforma e até seu dono, Elon Musk, continue tomando decisões questionáveis, o BlueSky ou o Threads podem se tornar mais relevantes e interessantes para os internautas e as empresas.
Um fato curioso é que desde o retorno do X no Brasil, algumas grandes marcas, como Coca-Cola, Itaú, Olla, Pepsi, Trident e Zé Delivery, não voltaram a utilizar a rede social.