No dia 19 de julho de 2024, vivenciamos mais um episódio de “apagão” cibernético que afetou aplicativos, bolsa de valores e até aeroportos.
Episódios como esses, infelizmente, vem se tornando mais frequentes, por isso, a seguir te explicamos as principais causas dessa pane operacional e como ela tem o poder de gerar prejuízos de mais de US$ 1 bilhão. Boa leitura!
Tela azul no sistema operacional da Microsoft
Para entender o que aconteceu, é necessário dar dois passos para trás e lembrar de conceitos importantes como o Windows e o termo “Tela Azul da Morte”, muito popular nos anos 2000.
O Windows, sistema operacional da Microsoft, é amplamente utilizado em dispositivos, como computadores, tablets e celulares no mundo todo. Pesquisas recentes estimam que ele está presente em mais de 66% dos aparelhos. Guarde bem esta informação.
Já a “Tela Azul da Morte” (ou Blue Screen of Death, do inglês Blue Screen of Death) é um erro temido pelos usuários do Windows que ocorre quando o sistema operacional encontra um problema que o impede de continuar funcionando normalmente.
Você deve se lembrar dela:
No dia 19 de julho de 2024, usuários relataram indisponibilidades para acessar diferentes aplicativos, sites, impossibilidade de pegar voos, entre outros transtornos. No Brasil, muitas pessoas notaram o bug ao tentarem realizar um PIX, por exemplo, que hoje movimenta significativa parcela do comércio brasileiro.
Mas o que aconteceu, de fato? Uma indisponibilidade restrita a quem utiliza a versão Falcon nos sistemas operacionais Microsoft Windows. Ou seja, uma falha generalizada em sistemas digitais que afetou até pontos turísticos famosos como a Times Square, em Nova York.
Já se sabe que o problema foi ocasionado pela empresa de segurança cibernética CrowdStrike, que estava realizando uma atualização preventiva em seus sistemas. O mais curioso é que essa falha afetou o serviço de nuvem da Microsoft, ferramenta massivamente utilizada nos dias de hoje para armazenamento digital de informação.
No entanto, a falha não afeta apenas quem utiliza o sistema operacional do Windows, mas sim todos aqueles que dependiam direta ou indiretamente desse sistema. Para exemplificar, pense que um banco muito grande utiliza o sistema Windows em sua matriz tecnológica, e, ao ocorrer a falha, todos aqueles que utilizavam os sistemas financeiros desse banco (operações, app, web, transações etc) foram diretamente impactados, ainda que eles tivessem um Iphone ou Android, que utilizam seus respectivos sistemas operacionais.
Impactos e prejuízos estimados em US$ 1 bilhão
Essa falha foi caracterizada por especialistas como uma das mais impactantes da história. Mesmo que já identificada e responsabilizada pela empresa CrowdStrike, os prejuízos ainda não podem ser mensurados completamente.
Isso porque o problema envolveu a suspensão de serviços essenciais como voos das principais companhias aéreas dos Estados Unidos, sistemas internos de hospitais, sistemas bancários, entre outros.
Estudiosos estimam que o prejuízo do apagão já tenha ultrapassado a marca de 1 bilhão de dólares e só tende a crescer, à medida que as empresas no mundo todo contabilizarem seus prejuízos individuais.
LEIA TAMBÉM:
Gafe publicitária: Saiba como não cometer
As fragilidades de um sistema tão robusto
Em momentos como esse, de pane cibernética, notamos as fragilidades de um sistema tão tecnológico, ao qual já nos habituamos a viver. Durante algumas horas, por uma falha de atualização de um sistema, fomos impedidos de viajar, realizar pagamentos, acessar serviços e obter até atendimento médico.
O cenário um tanto quanto apocalíptico nos convida a refletir sobre o sentimento de insegurança que acaba por afetar toda a população mundial em momentos de crise como esse.
Apesar de ficcional, filmes como “O Mundo Depois de Nós”, lançado em 2023 pela Netflix, simulam os impactos terríveis de um desligamento cibernético generalizado.
Embora o medo e a sensação de incerteza se instaurem por algumas horas, é importante dizer que a pane cibernética ocorrida no dia 19 de julho de 2024 não foi motivada por ataques hackers ou qualquer atividade desse tipo.
Ainda que a internet seja conhecida como uma “terra sem lei”, é válido dizer que diferentes países possuem medidas protetivas de cibersegurança, como é o caso da Política Nacional de Cibersegurança (PNCiber), criada em 2022 no Brasil, que contempla um conjunto de necessidades apontadas por diferentes instituições e especialistas em cibersegurança para melhorar a governança nacional sobre a temática.